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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Paralelo 16 começa com novo espetáculo da Quasar Cia de Dança (GO)

Foto: Ana Paula Abrão


O novo trabalho da Quasar Cia de Dança, Céu na Boca, propõe um diálogo entre o paraíso que desejamos e a realidade que nos é oferecida. O espetáculo que abre a programação do Paralelo 16 – Mostra Internacional de Dança tem a sofisticação de movimentos já característica da companhia goiana nacionalmente reconhecida, mas traz inovações no estilo criado pelo coreógrafo Henrique Rodovalho. O Paralelo 16 é uma realização da Associação Quasares e conta com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, Ministério do Turismo e Unimed-Goiânia.

O ponto de partida para a concepção do vigésimo segundo espetáculo da Quasar Cia de Dança foi a curiosidade pelas leis físicas e teorias do universo. Henrique Rodovalho conta que explosões estelares, buracos negros e movimentos gravitacionais serviram como alegorias no processo inicial de criação. “Isso foi só o ponto de partida, porque o que mais interessava era colocar este contexto na construção de uma narrativa maior”, conta o coreógrafo.

Ao longo de dois meses de trabalho, a narrativa desenvolveu-se de forma não-linear desencadeando ações, reações e relações impregnadas de ironia, desejo, frustração, humor. Segundo Rodovalho, Céu na Boca transita entre a densidade e a leveza: “Existe uma constatação de que os desencantos são parte da vida e que devemos tirar proveito disso”, revela o coreógrafo.

A reflexão faz uma breve alusão a outro espetáculo da Quasar Cia de Dança, Por instantes de felicidade (2008), que constata que a felicidade não é propriedade do ser humano. “Mais do que no espetáculo anterior, em Céu na Boca a tentativa de busca por instantes de felicidade se faz necessária — ela acontece”, diz.

Metáforas e antíteses pontuam a discussão ao longo do espetáculo. O céu é o ideal inatingível e a boca, a realidade palpável. A dualidade aparece também na movimentação que vai de intensa a ausente. “Em alguns momentos as sutilezas são maiores e temos o movimento mais pensado do que executado”, comenta o coreógrafo. Quem acompanha a trajetória da companhia poderá perceber nuances da transformação do estilo fragmentado de movimentação, desenvolvido pelo grupo goiano que influencia intérpretes e que instiga pesquisadores da Dança, em todo o mundo.

No palco de atmosfera onírica, a ausência opcional de cenário significa um território que pode ser qualquer lugar, transferindo para a iluminação a construção de tempo/espaço. Os oito bailarinos em cena não representam personagens, são pessoas envolvidas em buscas diversas. Para elas, o figurino de Cássio Brasil representa uma síntese da complexidade do indivíduo, com vários estilos e combinações, em tons sóbrios. Para a trilha sonora, Rodovalho elegeu, pela sonoridade capaz de criar ambientes atuais, músicas eletrônicas contemporâneas e instrumentais reproduzidas pelas big bands há mais de 50 anos em todo o mundo.

Serviço:
Data: 23 de fevereiro (terça – 20h)
Local: Teatro Madre Esperança Garrido (Teatro Santo Agostinho)
Ingressos: 10 reais e 5 reais (meia entrada).

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